Nascida a pouco mais de 20 anos atrás, sinto que já cumpri minha missão. Carrego um fardo em minhas costas que demonstra o quão velha estou, mesmo tendo o frescor da primavera em meu rosto. Não peço que a morte venha rápido, pois penso que não tardará. Peço somente um pouco mais de tempo, este que me é curto e breve.
Viver, como é bom viver... temo não ter tempo suficiente para isso. Precocemente amadurecida, tomei atitudes das quais poderia adiar, adiei o papel que a própria natureza ia fazer com calma e tranqüilidade pelo simples fato de temer não ter mais tempo. A falta de tempo me persegue. A sencação de vida breve me apavora, pois sinto a idade - ainda que pouca - pesar.
Poderia ter mais calma, mas a ansiedade é constante. Deveria não me preocupar com assuntos que ainda não cabiam a mim em certos momentos, poderia ter aproveitado melhor a vida no seu tempo. Mas o tempo me falta, o tempo me é breve. Preciso viver, o mais rápido possível, pois sinto que não posso desperdiçar.
Tento viver intensamente, ainda que me perca em meus devaneios pensando em minha morte; não quero piedade, nem fico imersa na eterna lamentação, mas a vida me cobra rapidez. Vivo no limite de minhas possibilidades, quero sempre mais e mais rápido. Temo sim pela minha hora, mas não posso esquecer de que preciso fazer valer a pena. E estou tentando fazer.
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Há 3 anos