- Marcamos um encontro às 18:00 - diz a garota eufórica. Ela nunca havia sido convidada por nenhum rapaz para sair, mesmo porque sua mãe era muito rigorosa. Mas agora as coisas mudaram: está morando sozinha, estudando letras em Paris, já não vive mais naquele prostíbulo.
- Meu Deus, o que vou vestir! Não posso parecer muito vulgar, mas também preciso estar bonita - ela não precisava de muito para estar bonita. Suas roupas não eram muito de acordo com a moralidade das francesas da época - herança da mãe. Não queria desperdiçar essa oportunidade de sair com o rapaz que sempre sonhou; pensava que sempre carregaria o estigma da profissão da mãe. A "filha da prostituta". Já não suportava mais.
- Estou atrada, preciso ir . Sai correndo a jovem moça ao encontro de seu amado. Paris estava movimentada, era um dia chuvoso e as pessoas saíam do trabalho muito apressadas.
- Cuidado Moça!!! - passa um motorista velozmente por Marie, que quase cai na sargeta, podendo estragar seu figurino. Nada podia dar errado, estava muito feliz. A primeira vez que ficava feliz após a morte da mãe. Agora podia até sonhar com um futuro de verdade.
- Jean! Aqui! - acena para ele que está do outro lado da rua. Mas não a vê.
- Jean querido! - insiste, mas ainda ele não percebe. Ele a olha rapidamente, enquanto ao seu encontro vem uma mulher. Muito bem vestida, que agarra em seu braço e entra no carro com ele. A chuva começa a aumentar, e Anethe fica parada, estática, atordoada.
- Como pôde, Jean? - começa a se perguntar, sentada na sargeta, com a chuva molhando seu rosto que agora já não brilha. Ela finalmente soube que jamais poderia ser uma mulher sem mais alcunhas. Estava marcada para sempre como "prostituta".
sábado, 17 de outubro de 2009
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